Fazer o bem sempre foi a missão de todo cristão. Jesus nos enviou o seu Espírito para que, conscientes de que o Amor é o princípio e a finalidade de todas as coisas, pudéssemos transbordar o amor pelos atos de bondade que fazemos. Mas essa missão encontra tantas dificuldades no nosso mundo, especialmente em relação à juventude, que é preciso refletir um pouco sobre a palavra de São Paulo que nos pede para não nos cansarmos de fazer o bem.
São tantos os desafios de nosso tempo: há às vezes a recusa de se fazer o bem pelo medo de ser mal compreendido, tido como interesseiro ou mesmo como ingênuo; há às vezes o desespero, porque, mesmo quando fazemos o bem, não encontramos nos outros a mesma vontade de multiplicar esse bem; há às vezes o individualismo, que tira a liberdade, dada a nós por Jesus, de construir o bem para o outro e com os outros. Mas contra esses obstáculos que encontramos no jogo da vida temos três cartas na manga concedidas pelo Espírito Santo: a Coragem, a Esperança e a União.
A Coragem é o que nos mantém firmes e decididos no seguimento de Cristo, na opção pelo bem – “O Senhor é minha luz a minha salvação; de quem terei medo?” (Sl 27,1). Com a Coragem, todo cristão é capaz de sair de si e buscar o outro, amar o outro sem restrições, sem o medo de ser mal compreendido, pondo-nos à disposição, pois “(...) o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor” (2 Tm 1,7). Santo Inácio de Loyola nos lembra que “a maioria das pessoas não faz ideia do que Deus poderia fazer delas se somente elas se colocassem à Sua disposição". É, pois, a Coragem que conserva vivo nosso sim ao dispor de Deus, ao dispor do bem.
A Esperança, uma das virtudes teologais, "significa crer na aventura do amor, ter confiança nas pessoas, dar o salto no incerto e abandonar-se a Deus totalmente." (Santo Agostinho). O amor que exalamos, o bem que multiplicamos um dia acaba destruindo o muro dos corações que ainda não exalam esse amor e não multiplicam esse bem, pois a nossa Esperança nos foi dada por Cristo, quando deixou vazio o sepulcro e completo o nosso coração. E na espera sempre ativa, devemos sempre lembrar o que nos pede São Pedro: “Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm!” (1 Pe 3,15).
A União é a cola que assegura nossa liberdade e nossa fraternidade. "Deus diz: Eu queria que um estivesse em função do outro, e que todos os Meus servos partilhassem as graças e os dons que de Mim receberam" (Santa Catarina de Sena). Apenas quando estamos unidos é que Deus se manifesta de fato àqueles que ainda não tiveram a graça de contemplá-lo... “Dois podem mais que um só!” (São João da Cruz). Na busca dessa união e buscando sempre fazer o bem, seremos capazes de perceber “como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos!” (Sl 133, 1).
Assim, nossa proposta é, muito mais do que não nos cansarmos de fazer o bem, nunca nos cansarmos de espalhar por onde quer que estejamos que o Reino de Deus está próximo, não no tempo, mas no espaço: está próximo porque está no outro, a quem devo amar e procurar sempre extrair e ajudar a multiplicar o bem.
Que esse momento de Gincana sirva para compreendermos o real sentido do bem que fazemos nos menores gestos a fim de que juntos, unindo nossas esperanças corajosamente, construamos gestos gigantescos de amor.
